Informar, conscientizar e divulgar ao máximo os canais de denúncia são o melhor caminho para o enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Foi esse o foco do seminário realizado na manhã desta quarta-feira, 29, pela Prefeitura de Lagarto, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e do Trabalho (Sedest), no auditório do campus Lagarto da Universidade Federal de Sergipe (UFS), fazendo parte da campanha do Faça Bonito 2019.
Valdiosmar Vieira Santos, secretário municipal do Desenvolvimento Social, fez a abertura do evento, que contou também com a participação de Sérgio Lessa, do Tribunal de Justiça de Sergipe, representando a Juíza Rosa Geane Nascimento, da Coordenadoria da Infância e da Juventude; de Cristiane Soares, vice-presidente dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente; de Rosana Alves, da Atenção Especializada; e Ariely Silva, representando o Núcleo de Cidadania dos Adolescentes (NUCA).
“O enfrentamento ao abuso e exploração sexual não se limita e nem pode se limitar a uma campanha. Uma campanha é algo muito pequeno diante do problema que a gente enfrenta nesse país. É por isso que estamos aqui hoje, para que cada uma e cada um de nós entendamos as implicações para nossas vidas e para a sociedade desse fenômeno que está em todas as camadas sociais, está em todos os municípios brasileiros e que tem a ver não só com nossa vida enquanto agente público, mas a nossa vida como pessoa humana”, relatou Valdiosmar.
Entre os temas debatidos na manhã de hoje estão o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA), apresentado por Émille Matos, da UniAGES; o depoimento especial e o fortalecimento da rede de proteção, por Sérgio Lessa; e o protagonismo juvenil como estratégia de promoção de saúde e prevenção ao abuso e exploração sexual, por Roberto Lacerda, Professor Doutor da UFS. A mesa teve a coordenação do Psicólogo Baruc Correia Fontes, da Sedest.
Para Luzy Cátia Santos de Jesus, coordenadora do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), que recebe regularmente casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes, a ação de enfrentamento é feita dia a dia. “É uma luta diária. E a sociedade lagartense vem contribuindo bastante. Vem crescendo muito o número de casos que chegam até a gente devido à divulgação que está sendo feita. A gente trabalha o ano todo essa temática nas escolas e com a comunidade”, afirmou.
Vera Lúcia de Carvalho Fontes, que faz parte de uma associação de pais de crianças com deficiência, elogiou a iniciativa. “Participando do seminário, a gente vê que os casos são inúmeros, são alarmantes. Se a gente não buscar o que está acontecendo ao nosso redor, não poderemos fazer nada. Essas ações fazem a gente enxergar melhor alguns ambientes que a gente convive. Levando informação a gente consegue combater as causas, que estão em sua maioria dentro do lar”, relatou Vera.
Denúncia – A melhor arma para enfrentar o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes é a denúncia. No município de Lagarto, qualquer pessoa pode denunciar os casos pelo Disque 100, Disque 190, da Polícia Militar, e pelo 3631-3501, número do Conselho Tutelar. O abuso sexual contra criança e adolescente é crime, com pena de 8 a 15 anos de reclusão, de acordo com o Art. 217-A, do Código Penal.
Última atualização em 29 de maio de 2019