Conforme os dados levantados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, a cada 30 segundos uma mulher é vítima de algum tipo de violência no Brasil. Para prestar toda a assistência necessária às vítimas, o município de Lagarto disponibiliza diversos serviços para acolher, orientar e encaminhar as mulheres aos setores responsáveis, a exemplo do jurídico, saúde e assistência social, fornecendo toda a rede de apoio necessária que as mulheres vítimas de violência doméstica precisam.
No município, a Prefeitura de Lagarto, por meio da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social e do Trabalho (SEDEST), conta com o Centro de Referência em Atendimento à Mulher (CRAM), localizado na Avenida Presidente Kennedy, no antigo Salete. O CRAM funciona como o serviço de referência, responsável por atender mulheres cisgênero, transexuais e travestis vítimas de violência, com idades entre 18 e 59 anos, através da demanda espontânea, quando a vítima procura diretamente o serviço, ou pelo encaminhamento dos órgãos públicos, como a Delegacia de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV), o Ministério Público e o Poder Judiciário, por meio das varas criminais.
O CRAM possui uma equipe multidisciplinar formada por assistente social, psicólogo, advogado e monitores sociais. Além disso, o serviço funciona em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio de encaminhamentos das vítimas que necessitam realizar consultas e exames. No caso das vítimas que precisam de algum benefício, o CRAM também realiza o encaminhamento para o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), para que as usuárias sejam orientadas sobre os programas de distribuição de renda a nível federal, estadual e municipal.
Todos os atendimentos e denúncias recebidas pelo CRAM são sigilosos. “É preciso destacar para as mulheres vítimas de violência que tudo o que se passa dentro do CRAM é sigiloso. Ao procurar o serviço, a mulher será acolhida por profissionais capacitados que terão uma atenção especial e darão todas as orientações que ela necessita. O sigilo também é garantido para denúncias anônimas, como, por exemplo, vizinhos ou parentes que saibam da existência de violência contra alguma mulher. As denúncias podem ser feitas tanto na DAGV quanto no CRAM. O intuito principal é garantir a segurança das mulheres”, disse a coordenadora do CRAM, Juliane Correia.
Na Secretaria Municipal de Saúde, as mulheres vítimas de violência recebem todo o atendimento psicológico ou psiquiátrico necessário, mediante encaminhamento do CRAM. “Nós contamos com o Espaço Acolher, que é o Espaço Integrado de Saúde Mental, e atende pessoas da infância à terceira idade acometidas por diversos transtornos mentais, como depressão, ansiedade, dentre outros, incluindo o público-alvo de mulheres vítimas de violência. Ao receber o encaminhamento do CRAM com o relatório da paciente, fazemos toda a avaliação e prestamos o suporte que ela necessita, por meio do acompanhamento, seja com o psicólogo ou psiquiatra, e, se for preciso, disponibilizamos o atendimento conjugado com os dois profissionais”, explicou a coordenadora da Saúde Mental do município, Anne Vasconcelos.
Tipos de Violência
A violência física é mais nítida e fácil de identificar, pois causa marcas no corpo da mulher. No entanto, existem outros tipos de violência, como psicológica, sexual, patrimonial e moral. Para facilitar que as mulheres saibam identificar se estão passando por algum tipo de violência, o CRAM também desenvolve políticas públicas com campanhas preventivas, palestras e orientações.
Última atualização em 20 de janeiro de 2025