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O Dia da Luta Antimanicomial foi no último sábado, mas nesta quarta-feira, 22, a Prefeitura de Lagarto, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), lembrou a data com um evento muito importante, reunindo palestras e rodas de conversa em defesa das políticas públicas antimanicomiais.

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No auditório da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em Lagarto, diversos profissionais, estudantes, usuários da rede de saúde mental e pais de usuários acompanharam atentamente as falas sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais.

Tatiane Rocha, coordenadora de Saúde Mental da SMS, e Marilisa Rodrigues, coordenadora do Núcleo de Atenção Especializada, estiveram à frente do evento e destacaram a importância da união dos serviços no município.

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“Isso é vital para a continuidade do tratamento dos usuários. Rodas de conversa com profissionais da rede complementam o cuidado realizado em casa. A gente espera que as conversas, as falas, não se limitem só a esse período. É sempre importante falar sobre saúde mental todos os dias”, ressaltou Marilisa Rodrigues.

Palestras – A primeira palestra foi do psiquiatra Gilenaldo de Gois, que trouxe um dado alarmante: o Brasil ocupa a oitava posição mundial no número de suicídios. Mais dados trazidos por ele expõem a necessidade urgente de se falar ainda mais e abertamente sobre saúde mental no país.

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Gilenaldo de Gois explicou que ainda há muito preconceito quando o assunto é transtorno mental. “É muito grave isso, essa estigmatização das pessoas com transtornos mentais e também os profissionais que trabalham na saúde mental. Muitas pessoas se recusam ao tratamento. Enquanto isso elas vão piorando e chegam a um estado muito avançado”, afirmou.

A psicóloga Mônica Deyse apresentou um histórico da luta antimanicomial e traçou a evolução do cuidado e do tratamento dos pacientes no Brasil, mas também alertou para a possibilidade da volta dos manicômios diante das propostas políticas atuais no âmbito nacional. Por isso a importância de reafirmar a luta antimanicomial neste momento.

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Rede de Saúde Mental em Lagarto – A importância dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), da unidade Álcool e Drogas (AD) e da Unidade de Acolhimento no município para acompanhamento e tratamento foi tema da fala do enfermeiro Arnol Calixto, que traçou um panaroma da rede de saúde mental no município.

Já a assistente social Adnil Goes explicou o surgimento do primeiro centro em Lagarto, que deu início com o projeto Aconchego, em 2001, e, através dele, com a implantação, em 2003, do CAPS I e em seguida, no ano de 2015, a mudança para CAPS II (Aconchego). Além disso, ela também relatou o funcionamento da Residência Terapêutica, espaço de moradia destinado a pessoas que necessitam da supervisão das atividades diárias.

Ilustrando o tema, Wilson Rodrigues, pai de um usuário dos serviços do CAPS, elogiou o cuidado dos centros. “Desde 2011 meu filho tem acompanhamento do CAPS. Tem sido algo muito positivo. Ele tem evoluído bastante através do acolhimento do centro, dos profissionais de lá. Não consigo imaginar meu filho internado num hospital, longe da família, isolado”, afirmou Wilson Rodrigues, que também presta trabalho voluntário na unidade com corte de cabelo.

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O evento ainda ofereceu lanche para os participantes e contou com relatos de vivência e atividades artísticas dos usuários dos CAPS Luiz Manoel, Orlando e Andrevaldo.

Última atualização em 22 de maio de 2019